quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Mudança no padrão dos ventos aumenta taxa de reprodução do albatroz

De acordo com estudo, aquecimento global é o responsável pelo crescimento da população da ave




Nada como um pequeno empurrão dos ventos para mudar a vida de um albatroz-errante (Diomedea exulans). Cientistas descobriram que o pássaro com maior envergadura de asa no mundo e que passa a maior parte de sua vida voando está se reproduzindo mais. O motivo está na mudança do padrão dos ventos que fez com que suas viagens ficassem mais rápidas. Consequentemente, eles têm mais tempo para se alimentar e também se reproduzir quando chegam nas nas ilhas Crozet – arquipélago no sul do oceano Índico.

“Ficamos surpresos com diferentes aspectos da resposta dos albatrozes às mudanças no vento. O mais surpreendente foi o aumento de massa nos animais, uma grande mudança para esta espécie”, afirmou Henri Weimerskirch, do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França, principal autor da pesquisa publicada nesta quinta-feira (12) no periódico científico Science. De acordo com o estudo, os animais ganharam em média um quilo de massa em comparação à pesagem feita em 1990, chegando a pesar até 11 quilos.


Foto: Christophe Guinet]
Albatroz-errante está se reproduzindo mais por causa dos fortes ventos

O grande responsável pela mudança na vida dos albatrozes parece ser, segundo os pesquisadores, o aquecimento global, que tem como consequências a alteração no padrão dos ventos. Eles passaram a soprar mais forte e mais em direção ao Sul. Os efeitos positivos para o albatroz, porém, não devem durar, pois os ventos irão se tornar muito fortes para eles, tornando as ilhas um local menos interessante.

Nem tudo é positivo
O fato de o albatroz ser beneficiado pelas mudanças climáticas deve desfavorecer outras espécies. A expectativa é que com o aumento da população de albatrozes, animais que servem de alimento para eles devem ficar cada vez mais raros. Porém, os pesquisadores advertem que ainda é preciso fazer uma análise destas consequências. “Não há dados de longo prazo da quantidade de peixes e lulas no oceano antártico, especialmente das espécies consumidas pelos albatrozes”, explicou Weimerskirch.






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