Um vídeo com um resgate de cerca de 30 golfinhos encalhados na tarde da última segunda-feira na Prainha, em Arraial do Cabo
Um vídeo com um resgate de cerca de 30 golfinhos encalhados na tarde da última segunda-feira na Prainha, em Arraial do Cabo, está dando o que falar na internet. As imagens mostram o momento em que eles se aproximam da praia e começam a ficar presos. Logo depois, banhistas se unem para devolver os cetáceos ao mar com rapidez. A ação termina com uma salva de palmas. Assista:
Foi a primeira vez que eu vi golfinhos na minha vida. Estava passeando com a minha mulher, que é bióloga, por volta das 7h30m, quando vi os golfinhos, que de repente começaram a atolar. Primeiro fiquei com um pouco de receio, até porque estou com um machucado na perna, mas logo esqueci do ferimento e fui ajudar - contou Carlos Costa, gestor de vendas que estava de férias em Arraial do Cabo.
Um vídeo com um resgate de cerca de 30 golfinhos encalhados na tarde da última segunda-feira na Prainha, em Arraial do Cabo, está dando o que falar na internet. As imagens mostram o momento em que eles se aproximam da praia e começam a ficar presos. Logo depois, banhistas se unem para devolver os cetáceos ao mar com rapidez. A ação termina com uma salva de palmas. Assista:
Foi a primeira vez que eu vi golfinhos na minha vida. Estava passeando com a minha mulher, que é bióloga, por volta das 7h30m, quando vi os golfinhos, que de repente começaram a atolar. Primeiro fiquei com um pouco de receio, até porque estou com um machucado na perna, mas logo esqueci do ferimento e fui ajudar - contou Carlos Costa, gestor de vendas que estava de férias em Arraial do Cabo.
Costa, que é morador do Rio, diz que ficou impressionado. Segundo ele, moradores da região disseram que golfinhos já haviam encalhado na praia em outras ocasiões, mas nunca tantos juntos de uma vez só. Ele disse ainda que a intenção era ajudar:
- Eu até recebi algumas mensagens criticando a ação, mas o intuito era apenas liberar os golfinhos. Foi tudo muito rápido.
Segundo o especialista em fauna marinha, Salvatore Siciliano, pesquisador da Fiocruz, a forma como foi feito o salvamento foi inadequada. De acordo com ele, arrastar os golfinhos pela cauda pode causar lesões sérias, até a morte.
- As pessoas fizeram tudo errado, mas era o que devia ter sido feito, exatamente como no caso em que o sobrevivente do desabamento do prédio no Centro do Rio usou o elevador - afirma Siciliano
Além de banhistas e moradores, funcionários da Empresa Cabista de Desenvolvimento Urbano e Turismo do Município de Arraial do Cabo (Ecatur), que trabalham na limpeza das praias, também participaram do resgate. O secretário municipal do Ambiente de Arraial do Cabo, David Aguiar, elogiou a ação dos moradores, turistas e funcionários da prefeitura.
Mas explicar o encalhe dos golfinhos desafia especialistas. O evento, considerado extremamente raro, será investigado por pesquisadores brasileiros e americanos. Entre as causas mais prováveis está a poluição sonora, já que os animais usam sons para se orientar, como um sonar natural. Salvatore Siciliano afirma que o encalhe dos golfinhos acende a luz amarela. Ele explica que os animais são muito habilidosos. Normalmente, dois ou três deles encalham por ano, e geralmente isto ocorre quando já estão doentes.
- Até então não tínhamos conhecimento de um fato como este. A imagem, portanto, é extremamente importante e vai desencadear uma série de estudos, além de reforçar a importância de monitorar estas populações - disse Siciliano. - As imagens já chamaram a atenção de pesquisadores de fora do Brasil. Fui procurado por cientistas que trabalham para o governo americano. Vamos trocar informações sobre o caso.
Duas hipóteses são as mais prováveis para explicar o encalhe coletivo. Os golfinhos poderiam estar fugindo de algum predador ou estavam desorientados por causa do barulho. Já para o biólogo marinho e diretor do Instituto Aqualung, Marcelo Szpilman, pelo movimento dos golfinhos é possível deduzir que eles estavam perseguindo um cardume de sardinhas. No ímpeto da caça, os animais foram cercando o cardume até o raso e não perceberam que podiam encalhar. O biólogo acredita também que a praia tem uma configuração com um declínio brusco, o que fez com que os golfinhos não percebessem que estavam indo para o raso:
- O evento que aconteceu em Arraial do Cabo não é tão raro como acontece em alguns lugares do mundo quando grupos imensos de golfinhos encalham sem uma causa explicável. No vídeo de Arraial, vemos que grupo de golfinhos se divide e alguns indivíduos se separam e seguem em direção à praia. Outra coisa que dá para perceber é que todos os golfinhos tentam dar meia-volta, alguns conseguem e outros não. Vimos que o grupo todo fica confuso, e mesmo os bichos que não estavam encalhados tentam ajudar aos outros.
De acordo com Szpilman, o procedimento dos banhistas foi correto, embora arriscado para ambos. O especialista explica que só se pôde puxar o animal pelo rabo porque eles estavam no rasinho, mas boiando:
- Não adianta você puxar o animal na areia porque vai machucar. Há também o risco de o animal morder ou, no movimento, dar uma pancada na pessoa. Os banhistas agiram de forma correta e rápida e conseguiram fazer com que todos voltassem para o mar. Em muitos casos, você salva e, depois, o animal encalha novamente, o que, felizmente, não aconteceu - diz ele, ressaltando que cada animal deve pesar entre 60 e 80 quilos e provavelmente eram indivíduos adultos.
Szpilman lembrou ainda que em Arraial do Cabo ocorre eventualmente uma matança de tubarões, que acabam encalhando, como em 2005. Os pescadores aproveitam as sardinhas para cercar tubarões para a praia e acabam pegando 200 a 300 animais.
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