terça-feira, 22 de março de 2011

Dia Mundial da Água

Estudo identifica países em que consumo do recurso excede oferta.

O acesso à água potável ainda é um desafio diário para grande parte das populações do mundo. Compiladas pela BBC para o Dia Mundial da Água nesta terça-feira (22), imagens mostram as diferenças entre países em que água é um bem facilmente acessível e outros em que conseguir o recurso é uma tarefa arriscada e difícil.
Apesar das inúmeras fontes naturais de água no mundo - rios e lagos, em geleiras e aquíferos, chuva e neve - a quantidade de água que diferentes países conseguem extrair para fornecer a seus cidadãos varia bastante.



BBC


O Níger é um dos países mais secos da África subsaariana

Um estudo da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) identificou países em que a demanda por água excede a oferta natural do recurso. Segundo a organização, as nações onde isso acontece fazem maior pressão sobre as fontes de água doce.
No topo da lista dos que mais utilizam o recurso está a península árabe, onde a demanda por água doce excede em 500% a disponibilidade na região. Isso significa custos adicionais para que a água seja trazida de fora - por caminhões pipa ou aquedutos, ou através da dessalinização.


Dia Água 1 (Foto: BBC) 
A água de lagos e rios é coletada por moradores de cidades pequenas em Mianmar (Foto: BBC)


Dia Água 2 (Foto: BBC) 
 No norte da Síria, a água da chuva é transportada em burros até lares de cidades como Hasaka (Foto: BBC)



Dia Água 3 (Foto: BBC) 
Carlos Pérez Guartambel bebe água doce no rio Irquis, no Equador (Foto: BBC)

Mas, a maior pressão sobre as fontes de água doce não está necessariamente nos lugares mais secos, mas nas regiões com o maior percentual da população global.
O sul da Ásia, por exemplo, consome quase 57% de sua água doce, mas abriga quase um terço da população mundial. Situações que alterem a distribuição de água nessa região - causadas por mudanças climáticas, pelo aumento do número de terras irrigadas ou pelo aumento do uso geral de água - ameaçam a vida de bilhões.

Dia Água 4 (Foto: BBC) 
Egor Serebrennikov, 6 anos, coleta água para a família com uma bomba. A casa dos pais não possui água encanada e o banheiro fica na parte de fora do lar, assim como em muitas residências da região (Foto: BBC)

No leste da Ásia o consumo proporcional é menor. Os países da região usam em média apenas 20% das suas reservas hídricas. No entanto, um terço da população do mundo vive ali.
O Brasil consome 0,72% da sua água doce renovável ou 331,48 metros cúbicos por habitante a cada ano, segundo a FAO. No entanto, 0,4% são exclusivos para a agricultura.

Estudo foi feito pela ANA em todas as 5.565 cidades do país

De todos os municípios brasileiros, mais da metade (55%) poderá ter problemas no abastecimento de água até 2015. É o que mostra um estudo feito pela ANA (Agência Nacional de Águas), que avaliou a oferta e o crescimento de demanda de água em todas as 5.565 cidades do país. Esses municípios representam mais de 70% do consumo de água.
O Atlas Brasil, que será divulgado oficialmente na terça-feira (22), conclui que o Brasil precisará investir pelo menos R$ 70 bilhões para garantir a oferta de água de boa qualidade aos municípios até 2025, quando a população deverá alcançar cerca de 196 milhões de habitantes.
Desse total, quase 70% (R$ 47,8 milhões) teriam de ser investidos na coleta e tratamento de esgotos, apenas para evitar ou resolver a poluição nas fontes de abastecimento de água, já que o dinheiro não seria suficiente para universalizar o acesso ao esgoto, o maior problema da área de saneamento.
"Os problemas associados à poluição hídrica são mais evidentes nos grandes aglomerados de municípios, em função da pressão das ocupações urbanas sobre os mananciais de abastecimento público: o lançamento de esgotos sem tratamento dos municípios localizados à montante influenciam diretamente a qualidade das águas", afirma o documento.
A montante é o lado da nascente, em relação a um curso de água. A região do Rio Paraná exige o maior volume de investimentos.










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