Pesquisadores do Cern estudaram cerca de 300 antiátomos de hidrogênio.
Produzida em laboratório, antimatéria durou 16 minutos.
"Conseguimos manter os átomos de anti-hidrogênio durante mil segundos. Isso é suficiente para poder começar a estudá-los, mesmo com a pequena quantidade deles que conseguimos captar até agora", disse o porta-voz do chamado experimento Alpha, Jeffrey Hangst, vinculado ao Cern.
O objetivo de produzir átomos de antimatéria é estudar por que a natureza se formou pela matéria. Durante o Big Bang – fenômeno que deu início ao universo –, a matéria e a antimatéria existiam em quantidades iguais.
A antimatéria, uma espécie de "espelho" da matéria, representa uma das grandes incógnitas do universo. Atualmente, ela parece ter desaparecido, e um dos desafios dos cientistas é conseguir entender o que ocorreu há 14 bilhões de anos, no momento da criação do universo.
A matéria e a antimatéria são idênticas, mas com cargas elétricas opostas, e se aniquilam quando entram em contato.
Segundo o Cern informou, os cientistas conseguiram estudar cerca de 300 antiátomos obtidos. A pesquisa permitirá comparar com precisão o átomo de anti-hidrogênio com o de hidrogênio e verificar as diferenças entre eles.
Além disso, os antiátomos produzidos poderão fornecer novos dados para medir a influência da gravidade na antimatéria.
Outra das consequências de capturar antiátomos durante um período longo de tempo é que o experimento Alpha poderá realizar com precisão as medidas necessárias para estudar simetrias, que na física descrevem como se desenvolvem os processos sob certas transformações.
Tudo isso permitirá que, no final do ano, se possa começar a fazer medições na antimatéria capturada, "de modo que se poderá, pela primeira vez, olhar dentro da estrutura do anti-hidrogênio, que é o elemento número 1 da tabela antiperiódica", explicou Hangst.
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