quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Mosca parasita transforma abelha em ‘zumbi’, segundo cientistas

Larva de mosca alojada no abdômen faz abelha andar sem direção e morrer.
Desordem do colapso da colônia prejudica a produção de mel nos EUA.



Uma mosca parasita provoca um comportamento estranho em abelhas, segundo descoberta acidental de pesquisadores dos Estados Unidos. Elas abandonam a colmeia e passam a se comportar de forma desorientada, com dificuldades para se sustentar em suas patas, e morrem em seguida. Segundo os próprios autores do estudo publicado pela revista científica “PLoS One”, os movimentos lembram o de um zumbi.
Isso acontece quando a mosca da espécie Apocephalus borealis põe seus ovos no abdômen da abelha. Uma semana após a morte do hospedeiro, as larvas saem para o mundo através do tórax e da cabeça das abelhas.
A descoberta explica um fenômeno observado desde 2006, que tem afetado a produção de mel no país. A chamada "desordem de colapso da colônia" é um mistério que aumentou o número de mortes de abelhas usadas comercialmente.
Mosca da espécie com abelha 'zumbi' (Foto: Christopher Quock) 
Mosca da espécie com abelha 'zumbi' (Foto: Christopher Quock)
 
A descoberta começou de forma acidental. John Hafernik, professor da Universidade Estadual de São Francisco, nos EUA, buscou abelhas perto dos postes da faculdade para alimentar um grupo de louva-a-deus de outra pesquisa. Hafernik esqueceu o vidro com as abelhas em cima da mesa e, dias depois, havia um grupo de larvas de mosca no pote. A partir daí, sua equipe conduziu a pesquisa que percebeu o comportamento anormal das abelhas.
Exames mostraram que tanto as abelhas quanto as moscas estavam infectadas por um vírus e um fungo. Por isso, o próximo passo é descobrir precisamente como o parasita está provocando essas reações.

Larvas de mosca saem pelo tórax da abelha (Foto: John Hafernik/Cortesia) 
Larvas de mosca saem pelo tórax da abelha (Foto: John Hafernik/Cortesia)

O pesquisador acredita que essa seja uma tendência recente, já que é inédita.
“As abelhas estão entre os insetos mais bem estudados do mundo. Então pensamos que se esse parasita atuasse há muito tempo já teríamos percebido”, ponderou.











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